Turner e o descompromisso com a DC no Cartoon Network Brasil


Apesar de comemorar sua liderança sendo mais uma vez o canal mais assistido da TV por assinatura em todos os países da América Latina, entre o público mais velho e infantil nos primeiros meses de 2016, vem se tornando curioso e, cada vez mais evidente, o descompromisso com o sinal brasileiro do Cartoon Network se comparado a outros na região.
A Turner parece querer “proteger” seus fãs no Brasil, ignorando completamente conteúdos de ação (sim, retomarei este assunto), restringindo a exibição de filmes e séries com tal temática de modo cada vez mais explícito.
Enquanto o Disney XD explora em abundância animações e filmes live-action da Marvel, promovendo-a ainda mais entre as crianças, o Cartoon Network simplesmente ignora a DC. É lamentável que em um momento tão importante para a Time Warner, com Batman vs Superman: A Origem da Justiça, seu principal canal infantil não tenha dado qualquer apoio para com o longa. Esta semana no DXD tivemos e teremos Homem de Ferro 3, Capitão América, especiais com animações da Marvel. Sim, o CN é líder independentemente de contar ou não com as séries da DC, isso é fato, e também sem animes. Mas porque apenas o público brasileiro deve ser privado? Os mais de 8 milhões de ingressos vendidos para BvS apenas confirmam a popularidade dos personagens da editora no país.
Há poucas semanas a programação do Cartoon Network México sofreu uma série de mudanças em determinados horários, com o retorno de animações e veiculação de produções da DC noCine Cartoon. Até ai, tudo bem, mas acontece que as exibições destes filmes são realizadas apenas nos dias de quarta-feira, quando o bloco não é transmitido no Brasil.
Até o mês de junho, o CN México exibirá títulos como Superman/Batman: Inimigos Públicos,Liga da Justiça: Crise em Duas Terras, Lanterna Verde (as duas animações), Batman – A Máscara do Fantasma (1993) entre outros. Lembrando: todos, somente, às quartas-feiras. Curioso não? E o motivo é simples: se programados em uma terça, quinta, ou domingo por exemplo, o mesmo teria de ser veiculado em toda a América Latina (alterar para um único país seria destacar: pra vocês não), o que pode desagradar. Não é nenhum pouco estranho — ou melhor, espantoso — irem ao ar sempre num único dia da semana, quando não é passado no Brasil? Tá, outros países também ficaram sem estas produções, mas, lembra quando disse que alterar para um único país é destacar que para vocês não? BINGO! Pra nós é assim.
Conforme já dito pela Turner, o CN brasileiro é o que mais detém retorno financeiro, e a exposição de conteúdos “inadequados” poderiam causar complicações entre patrocinadores (os pais ficam em segundo plano), que sentiriam incômodo veicular seus produtos em atrações taxadas como violentas demais, nos tempos modernos. Porém, isto pouco importa se a ação for “paga”, afinal de contas, Max Steel é saudável.
Entretanto não apenas a ação se porta de modo contrário no canal, o Cartoon Network deixou de ter qualquer compromisso com seus telespectadores. Filmes são cancelados de última hora (Scooby-Doo! Estrela do Circo), inéditos lançados na programação sem aviso, episódios de séries são ignorados (Pokémon XY no passado; Digimon Fusion em junho) e agora, a censura ataca de modo diferente, ao invés de corte de cena, nada melhor como abafar o som dos personagens completamente. Esplêndido, ninguém vai perceber.
Infelizmente tenho a plena convicção que tal opinião, correspondente a de muitos mais, se quer será levada em consideração pelo Cartoon Network. Afinal, temos internet, opções em outros canais para estes conteúdos, DVDs e por aí vai. No entanto, se um canal se porta desta maneira para com 1, entre 1000 pessoas que assistem a programação, mesmo que ocasionalmente, a diferença lá na frente será muito grande. Não foi assim que o CN caiu num limbo “inexplicável” anos atrás? Sendo esta queda responsável pela, primeira vez, que a opinião do público (de todos!) fosse levada em consideração e mudanças de agrado coletivo aplicadas.
Para o futuro, apenas mais do mesmo. O público já deixou de ser prioridade.
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